terça-feira, novembro 01, 2005

Hoje é um daqueles dias que sinto o peso de querer e poder chegar a contar todas as gotas de àgua no Oceano. O peso de saber todas as medidas do imensurável. Porque esse imensurável toma forma no meu ser, destaca-se da minha mente e precipita-se diante de mim, dos olhos, da boca, das mãos, um Oceano intransponível. E da pressão do imensurável dentro de mim, explodem-se-me os olhos, arrebenta-se-me a boca e explodem as mãos. Não tenho em mim a dimensão para conter aquilo que hoje consigo saber que está cá dentro. Os sentidos que me foram arrancados escorrem para longe de mim e sinto-me de fora, olhos que olham caveira desabitada e coração implodido. Dessa imagem ocorre-me que sei exactamente quantos átomos há nesses mares que nos separam: o número? O número ainda é menor que a dor...

Sem comentários: