terça-feira, janeiro 31, 2006



...

" E porque foste? "
" Disseste vai com tal desdém..."
" E se ficasses desta vez?"

The eternal sunshine of a spotless mind


DESDÉM:

procurar saber o que nos magoa mais nesta palavra ingrata. É a falta de afecto ou atenção que julgámos merecer, um dia, ou é antes o sentirmo-nos minúsculos demais para viver em paz? Ou mais que tudo isto, o saber, apenas a conscieência que há alguém, que guarda em si essa capacidade de nos diminuir à condição reles de nos sentirmos ignorados.
Alguém que tem nas expressões de si, nas suas palavras, nos olhos, nas mãos, ou somente nas coisas que nunca nos diz, o poder de nos mitigar à mínima existência.
E isso somente porque nos arriscámos, incautos, a deixar que um, fora de nós, detivesse a mágica combinação que cativa a nossa felicidade.
O segredo, mapa com xis marcado a cor de vida, sobre o sítio da minha alma.
Já tiveste escrita na boca a chave encriptica de mim.
Hoje desenhei novos codigos e repito-os a outros sentidos que não são teus, sussuro sequências de números e letras incompreensíveis e re-misturo os símbolos da minha existência e tacitamente ensino-os a alguém diferente.
É panaceia, ainda que não entendam o ruído que balbucio. Importa mesmo em mim é esta renovada vontade de deixar mapa a ser descoberto: querer ser encontrado...
Já descobri um enigma engano da vida:

" Quem desdenha quer magoar..."

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