Sentia-me sozinho nessa noite que estive ao teu lado. Do desprezo despropositado dos teus olhos que só eu poderia ver por entre as paisagens daquilo que desejo. Só nestes escombros do te querer sem te ter, poderia o teu olhar sem significado querer dizer-me alguma coisa… e como nos meus mundos sou ainda mais assim, só poderia querer dizer-me: - “desdenho-te, desprezo-te e olho-te como se não te visse, procurando apenas o que estiver atrás de ti.”
E dessa noite que te posso dizer senão aquilo que sem saber já sabes: que não me viste…
E porém lá estava eu embevecido por estar aí, perto de ti. E se por fora do meu corpo vivia outra realidade, doce, ansiosa, dentro do corpo borbulhava-se-me o sangue como se te tivesse nos meus braços, languidamente exposta aos meus dedos…
Mas fervia o sangue preso num corpo que já não te fala. Tem medo porque já te disse tudo: já não precisas descobrir seja o que for.
Aquilo que restaria para que soubesses é o que realmente sou, que caíssem as capas sucessivas que me tapam a vergonha, o que sou para quem me entrego realmente. Aquilo que restaria para que soubesses escondo-o de ti ainda mais. Se te digo mais uma palavra comprometo-me irremediavelmente!
Cada palavra por te dizer enche-me e um dia expludo, já que não me posso expor, nu.
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