sábado, março 24, 2007












[Lucian Freud - Freddy Standing, 2001]
...

Ao primeiro toque senti-te a frieza húmida com que me tocaste no pescoço. Sem te ver fiz o que sempre faço, estupidez vivencial, aceitei-te sem te perguntar, não quem eras, porque isso é só um nome, mas o que eras e principalmente porque me tocavas.

Deixei-te embrulhar-me em formas pastosas que me pareciam braços de crude, só porque pareciam braços e tendo a, quando não sei, ignorar o defeito de ti e ver apenas o que de bom me podes fazer: hoje era só o abraço que davas que via e o frio escorregadio nem o senti e tu abraçaste-me.

Ainda não sei o que és, nem porque me arrastas para onde queres ir, muito menos por onde me levas: preciso mais de um abraço do que tenho medo ao frio que me puseste, desde que chegaste, no corpo solitário.

Deixas-me ao menos descobrir a vista por instante e virar a cabeça para despedir-me?

Juro que não te fujo...

2 comentários:

Ludmila disse...

São tão bons os recomeços.. :)
Beijo.. e boas caminhadas.

Ludmila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.