quinta-feira, julho 19, 2007
















[Caravaggio - David e Golias]

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Gostava de poder mostrar-te de mim algo de sublime, que te emocionasse... Gostava de poder pensar que posso ter como meu algo que pudesses admirar.
Abrir assim as goelas e deixar que saísse algo meu que te surpreendesse: que te fizesse ter de travar na garganta as lágrimas, que te fizesse precisar de um longo inspirar suspenso para parar a emoção, cerrar os dentes e humedecer os olhos. E dizer algo mais, como um trombeta demolidora e finalmente derrubar-te a indiferença e invadir-te como quem ama...
O meu Arco do Triunfo só podem ser as tuas lágrimas de rendição incondicional, e abaixo disso tudo saberia a derrota, e como guerreiro vencedor reclamaria a minha pilhagem: beberia dessas lágrimas e abandonava-te levando na boca o sal e a satisfação de quem bebeu o oceano inteiro.

Se me queres tens de me descobrir antes de eu ser e cumprir: depois da revelação já só me podes perder.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como já o conseguiste fazer no passado, não terás certamente dificuldade em fazê-lo no presente.

É só deixar fluir... e deixares-te levar.

Beijos,

M.