sábado, julho 28, 2007











[Maria Antónia Siza]
...

Se me disseste que querias vir comigo, terás de vir com ar de desagrado e dissabor:
- Sorve esta água lamacenta e amarga... - e vejo como sofres detrás dos olhos fechados em milhares de pregas com a pele toda do corpo puxada como se te quisesse fugir...
E então podemos ir...

Se do caminho te vier que a sensação de mal estar te passa, ou que se alivia o corpo desse incómodo de vir comigo chama-me: de um só beijo te passarei outra vez o amargo que te dei ao primeiro passo e que trago comigo, feito de mim espremido...

2 comentários:

Anónimo disse...

Duvido que queiras passar o teu tempo a pensar que concentras em ti esse amargo todo. Lembra-te dos tempos em que a vida era doce e recupera parte da doçura dos velhos tempos. E que doçura!

Beijos,

M.

Ludmila disse...

É bom lembrarmo-nos do quão amarga a vida pode ser.. Sentir o fel a escorrer pelos cantos da torpe boca. E depois levantar o queixo, limpar os lábios e avançar para um qualquer caminho que se vislumbre da gruta em que nos encontremos.

Beijo?
Beijo.