
[Doris Salcedo - Instalação]
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Sempre achei que aquilo que na verdade somos tem somente a ver com aquilo que sentimos. Não com o que pensamos, não com o que dizemos, mas com aquilo que sentimos. E afinal somos mesmo aquilo que mais escondemos. Somos puros só dentro de nós e apenas no instante imediatamente anterior à percepção do que sentimos, antes que o eu cultural, social, diga presente e se proteja. A boca fecha-se esmagando o a lingua contra o céu da boca, a garganta afunila para que nada passe e puxa um fio de ar para dentro dos pulmões para impedir que algures nos olhos se humedeça a verdade... e desse movimento já não somos nós. Só no instante em que nos surpreende a emoção. A intimidade é não ter travão.
E quando me perguntaste quem eu realmente era respondi-te: Teu.
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