sábado, março 29, 2008














[Toulouse-Lautrec - Seule]

Queixava-se aos amigos que nunca encontrava ninguém interessante e até andava muito pelas ruas daquela cidade. Os amigos pacientemente e de todas as vezes explicavam que a razão de tal acontecer se prendia unicamente com o facto de ele andar sempre cabisbaixo: ele rebatia inconformado que por andar assim já tinha encontrado muitas moedas perdidas - nunca pessoas que precisassem dele - e que já acumulara aquilo que para muita gente seria uma pequena fortuna.

Os amigos perceberam mais uma vez como essas mentiras nos fazem sobreviver quando ele pediu uns trocos para pagar o café.

Entra-se e sai-se de um café como na vida, cabisbaixo: à entrada de solidão pesante, à saída de vergonha.

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