Ontem distraído soprei a um oito, número da página de um livro pousado na mesa, para que saísse dali, porque me pareceu uma migalha do que comia. O oito, porque era o número daquela página e para que me espantasse, não se moveu. Porque não era a migalha que eu julgara e que queria limpar da página do livro ali aberto.
Mas ando nestes dias com uma vontade enorme que o mundo seja do modo como eu o penso: rasguei portanto o oito do livro e soprei, para que caísse da mesa como se fosse a migalha que eu vi.
(não te espantes por isso se da próxima vez que me vires me dirija a ti com uma escova e um frasco de tira nódoas de eficácia total garantida pelo seu rótulo,
e pela minha vontade.)
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