segunda-feira, março 21, 2011

O Sr. P. tinha um personagem a que chamava:
- O meu fantasma!

O Fantasma era a criatura onde P. podia projectar tudo quanto não era capaz de ser.

- Logicamente, - confessava o Sr. P., embriagado - nesta questão de ele ser o que eu não sou, cada vez que sou menos, ele é mais.

Suspirou.

- Quanto mais deixo de ser o que quero ser capaz, mais o Fantasma é criatura. Denso e carnal.

Pousou o copo e foi embora.

A tristeza do Sr. P. era saber que um dia, cada vez mais perto, apertaria a mão a esse Fantasma:

- Não como cordialidade, mas como uma despedida de mim próprio...

3 comentários:

Anónimo disse...

Continuas a fazer posts muito profundos. Este é mais um. Adorei.

Bjs,

M.

TT disse...

O erro começa em dar à luz esse fantasma...

Sun Iou Miou disse...

Para lá caminhamos todos.