- O meu fantasma!
O Fantasma era a criatura onde P. podia projectar tudo quanto não era capaz de ser.
- Logicamente, - confessava o Sr. P., embriagado - nesta questão de ele ser o que eu não sou, cada vez que sou menos, ele é mais.
Suspirou.
- Quanto mais deixo de ser o que quero ser capaz, mais o Fantasma é criatura. Denso e carnal.
Pousou o copo e foi embora.
A tristeza do Sr. P. era saber que um dia, cada vez mais perto, apertaria a mão a esse Fantasma:
- Não como cordialidade, mas como uma despedida de mim próprio...
3 comentários:
Continuas a fazer posts muito profundos. Este é mais um. Adorei.
Bjs,
M.
O erro começa em dar à luz esse fantasma...
Para lá caminhamos todos.
Enviar um comentário