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Do inglês, lingua que geralmente encontro não muito expressiva e até um pouco asséptica, admiro e revejo-me numa expressão:|to find closure|. Diz-se no sentido de lidar com um qualquer trauma, mas de um modo que não implica esquecimento ou sequer a tentativa de. É antes um sentido de encerramento, de arquivar e perceber os tempos da dor, que amadurece com o tempo. Que se modifica, que se trabalha, que se talha para dela se fazer matéria, forma e, finalmente, poder encontrar o espaço para encerrá-la.
Encerramento e procura...:|find closure|...
Palavras chave para lidar com a decepção, com a perda. Porque a dor faz-nos sentir assim perdidos, cheios de dúvidas, sem caminhos... e depois o sentimento de alguma coisa que nos controla e é maior que nós. E:|finding closure| é encontrar o devido tamanho da dor em relação a nós, encontrar a sua proporção, que quase sempre passa por reduzir a dimensão a uma medida que possamos comportar. E depois encerramo-la no espaço que couber em nós. E como já está dimensionada e formalizada colocamo-la ancorada na estrada e caminhamos, que não é mais que a cada passo colocar distância entre nós e a dor. E ao longe ela perde contornos, fica difusa. Fechada numa caixa de vidro, cada vez mais opaca.
Por isso afasto-me, vou-te ver de cada vez mais longe, com mais ruído, e num momento, mais tarde, quando te transformar em silhueta, vou-te fechar como imagem.
Fechar-te...