terça-feira, agosto 30, 2005

Chover-me:

Invejo o nevoeiro e a forma como passa no ar sem se importar connosco... Querer ser nevoeiro é precisar encontrar a densidade mínima para, sem deixar de existir ou ser visível, poder pairar passivamente, buscando a dimensão da mudança que preciso... Informe, aforme, disforme, de todas as formas que o mundo requisitar, para não incomodar... Quando sentir que posso ser eu, farei força vital, mãos agarradas às próprias mãos, cada vez mais...

Então choverei, de mim, tudo o que quero e desejo ser...

Amanhã encontrar-me-ão chovido no chão... Sorrindo porque já fui (a chuva também se ri?)...

Chovido de ser... Que desejo físico, todo o corpo me pede menos densidade, e o sangue espesso e empoeirado das merdas que a alma finge sentir, grita desesperado: que quer chover de ser!

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