...
Os traços são um risco...
Há traços que são um risco... Porque os traços são qualquer coisa que nos corta transversalmente. R-e-p-e-n-t-i-n-a-m-e-n-t-e!
E um traço cortante, um talho na carne é um risco porque expõe, inevitavelmente, o interior de nós! Esse traço na carne (e na cognosciencia) é um risco porque nos deixa partidos ao meio, sensíveis ao ambiente, sensíveis ao contexto, sensíveis, com a carne a tremer (outra vez a carne tremula), com o verbo periclitante na ânsia de sentir-se traçado e saber o que é um risco.
Já percebemos que fui riscado, traçado...
Arriscado...
Um traço é sempre um risco, sem risco não há Desenho e sem Desenho não há Desígnio...
Estou riscado e traçado, carne mais uma vez a sentir o ardor do ar no sangue e na ferida...A boa, complacente, materna dor de sentir vivo o Risco de ser...
E dos traços e riscos feridos, fica uma linha cicatriz, que vou colecionando, para me lembrar vivendo, que morro (outra vez memento mori).
Cada cicatriz é um risco, um traço que conta os dias da vida. Como o encarcerado conto assim, traço a traço, riscando a parede do corpo, os dias até à chave da vida:
Tu!
Sem comentários:
Enviar um comentário