
[Hokusai - Fantasma]
...
E se me empurrasse?
Assim estaria tomada a decisão e naqueles momentos de decisão a que chamaram loucura, passaria a fronteira e estender-me-ia no longo líquido da poesia sem realidade que me sofresse.
Despedir-me-ia de vós com um longo abraço! Ou melhor, com um distante aceno para que não me tentasse a agarrar-me a vós com unhas de quem tem medo de ir embora.
E então daria o passo que me falta e deixava esta ambígua existência.
Do outro lado poderia fingir que a culpa não é minha: inimputável porque sim.
- Porque eu sou assim e já não me posso conter... - e se não é aceitável basta de mentiras, diria com os olhos fechados.
Sei lá em que página do catálogo caberá isto...
1 comentário:
Parece-me que a tua bandeira de vida agora passou a ser não acabares sozinho. Desde que não facilites esse fim, com toda a certeza que conseguirás colmatar esta "grande falha" da tua vida...
Não sejas palerma, pá. Eu também não gosto de comer refeições sozinha, porque nos faz pensar na vida, mas isso não é sinónimo de solidão.
Por outro lado, não existe solidão sem já se ter experimentado o outro lado. E tens sempre quem se preocupe para que não caias na solidão. Várias pessoas, mesmo, não os conheço, mas vejo-os sistematicamente aqui e ali a apoiarem-te.
E concordo com um deles, quando diz para passares a comer na sala. Grande mudança de estilo de vida e de perspectiva sobre a mesma. :)
Beijocas,
M.
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