terça-feira, julho 03, 2007















[Goya - O Sono da Razão]

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Tudo aquilo que te poderia dizer guardo faço-o por esquecer: como se fosse a isso obrigado porque não posso ter o sabor da tua pele.
Quando te vejo ali, faço que não conheço tudo aquilo que podias ser para mim, mesmo que passes a tua mão pelo meu braço. Aquilo que te desejo vai-se embora quando chegas, despede-se do meu corpo - Até daqui a pouco - mais um - Com licença - que tu não ouves e tocam-se mas eu já não o sinto. Sinto-lo-ei em casa, só: dói. Parece que quando sai tudo é normal, mas quando se me torna o desejo de ti (porque te foste) arranca-me a pele toda como se conquistasse as muralhas de uma cidade e instala-se, bruto, e suja tudo. E eu vivo em medo...
Quando te foste embora sorriste porque querias ou porque és educada?
Eu ajeitei-me num canto sem modos de saber e disse que foi um modo educado de ir.
O desejo disse-me que não, que o querias e chamou-me idiota.

Gritei-lhe, mandei-o embora de castigo e não o tenho visto: estará contigo?

2 comentários:

Anónimo disse...

É por este tipo de posts teus que continuo a insistir: porque não o livro?

Espectacular.

Beijos,

M.

Ludmila disse...

Muito escondido em ti... Como sempre.

Grita-lhe.. Diz-lhe que o/a queres.

Solta essa tua vontade de ser feliz. Também poderás ter direito.. Sabias?

Beijo