É o comboio que partindo ainda o vemos perdido ao fundo da linha, ou cadáver em câmara ardente que queima como o quanto não dissemos do amor que lhe tínhamos. O indulto que chega para um condenado que já foi executado ou mesmo o copo que cai ao chão antes que a nossa mão o alcance. É a porta que bateu e a espera que o orgulho nos forçou e deixou que a distância fosse maior que o tamanho do nosso passo . É o minuto de distracção que não nos deixa ver um pedido de ajuda desesperado e são as palavras que dizemos à frente do que sentimos numa zanga e destroem tudo o que construímos.
Assim me baptizo, nas águas do rio que desagua no eterno arrependimento: sou hoje outro homem e o nome que me dou é Tarde Demais.
7 comentários:
Como sempre parece fácil escrever assim! Um dia atrevo-me a pedir que escreva um post no meu!
Mas Il Buffo temos todos que "lutar" para que não seja tarde demais: as coisas, os gestos, as palavras têm o seu momento e é preciso não deixar passar a "oportunidade".
Um homem que escreve essas preocupações não pode ter o nome Tarde Demais. Talvez distraído...
Distraído demais...
Isso tem bom remédio: abre os olhos e deixa de ser calimero!
(Já nem sei que diga, tantas voltas dei, mas, no mínimo, obrigada.)
Obrigado porquê?
Por voltar a abrir isto, para eu o poder ler. Gosto imenso dos seus textos.
obrigado eu!
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