sábado, fevereiro 14, 2009

É o comboio que partindo ainda o vemos perdido ao fundo da linha, ou cadáver em câmara ardente que queima como o quanto não dissemos do amor que lhe tínhamos. O indulto que chega para um condenado que já foi executado ou mesmo o copo que cai ao chão antes que a nossa mão o alcance. É a porta que bateu e a espera que o orgulho nos forçou e deixou que a distância fosse maior que o tamanho do nosso passo . É o minuto de distracção que não nos deixa ver um pedido de ajuda desesperado e são as palavras que dizemos à frente do que sentimos numa zanga e destroem tudo o que construímos.

Assim me baptizo, nas águas do rio que desagua no eterno arrependimento: sou hoje outro homem e o nome que me dou é Tarde Demais.

7 comentários:

Bacouca disse...

Como sempre parece fácil escrever assim! Um dia atrevo-me a pedir que escreva um post no meu!
Mas Il Buffo temos todos que "lutar" para que não seja tarde demais: as coisas, os gestos, as palavras têm o seu momento e é preciso não deixar passar a "oportunidade".
Um homem que escreve essas preocupações não pode ter o nome Tarde Demais. Talvez distraído...

ERRO FATAL disse...

Distraído demais...

maga.pata.logika disse...

Isso tem bom remédio: abre os olhos e deixa de ser calimero!

Sun Iou Miou disse...

(Já nem sei que diga, tantas voltas dei, mas, no mínimo, obrigada.)

ERRO FATAL disse...

Obrigado porquê?

Sun Iou Miou disse...

Por voltar a abrir isto, para eu o poder ler. Gosto imenso dos seus textos.

ERRO FATAL disse...

obrigado eu!