O Senhor P. foi visitar um amigo envelhecido, esquecido numa cama e esquecido de si. Da sua velhice já só lhe dava para desde acordar ao adormecer rezar.
Ao Senhor P. isto incomodava-o pois não sabia se o amigo, do estado onde estava, pediria na reza para o deixarem ficar ou para o virem buscar como se se pudesse estar preparado para se deixar.
E ao descobrir que, de qualquer modo, era nessa fé que o amigo se agarrava para combater o medo que dá preparar-se para ficar eternamente só, o Senhor P. perguntava-se a que se agarraria ele e os demais descrentes que conhecia...
À fé na sua hipocrisia: e na dos outros também...
1 comentário:
Eu no lugar do Senhor P agarrava-me à vida, quer-se dizer, agarro-me. Mas ela é que teima em deslizar dos dedos sempre.
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