Pergunto-me se já terei fossilizado: posso já abrir-me ao meio, serrado pela vontade de dissipar a dúvida, e descobrir se há, no perfil da minha garganta alguma palavra condenadora, fixada pelo tempo?
Enquanto me amedrontar a dúvida, não haverei fossilizado.
Fico, quieto: abafado pelas camadas sáxeas. Lençóis de esquecimento, tecidos pela vida que corre.
De duas uma hipótese: ou fico assim arrumado no catálogo geológico da sedimentação, sob o C, abaixo do calcário com o nome Cobardia; ou então encontro a trombeta profética que deitou abaixo as muralhas de Jericó e deixo que soe potente, da minha boca ou da boca de um anjo, no acorde demolidor da libertação.
O sangue é já areia, o tempo urge-me a resolver-me:
- Ou carne ou pedra, o resto é só a vida!
3 comentários:
Quanto mais são as camas onde se repousa o corpo saciado.. Mais a alma corre em busca da ilusão que ficou atrás de uma porta alheia..
Na historia o que fica são as grandes realizações ou as grandes derrotas.. As caminhadas ficam esquecidas..
olha, queres ver outro que vem para geografia??!!!
olha, queres ver outro que vem para geografia??!!!
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